Luis Barros fala-nos do que levou o CAMIR a optar por competir em seniores masculinos na variante Campo
A FPH está a desafiar os treinadores e responsáveis técnicos das equipas que participam nos campeonatos nacionais a falarem um pouco sobre as suas equipas e quais as expetativas para a época 2013/2014.
Luís Barros, o one man show do CAMIR, é o entrevistado. Entre outras coisas, o responsável do clube fala-nos do que levou o CAMIR a optar por competir em seniores masculinos na variante Campo e qual o plano de desenvolvimento da equipa a longo prazo.
FPH: O CAMIR está a competir no campeonato nacional de seniores masculinos de Campo. Qual o balanço da participação do clube após as 4 primeiras jornadas?
Luís Barros (LB): Colocando de lado os resultados obtidos e as condições de treino, posso afirmar que o balanço é positivo, pela primeira vez os atletas de Mirandela estão a participar num campeonato mais sério, entrando em contacto com outra realidade, onde há jogos todos os fins-de-semana. Como é do conhecimento de quase toda a comunidade hoquista, o CAMIR treina num campo bastante degradado e com um horário reduzido, e ao participar no escalão senior, onde as exigências são maiores, os atletas do clube tem a oportunidade de realizar mais jogos, jogar em bons campos e de adquirirem conhecimento tanto do espaço a ocupar dentro do campo como das exigências que as diferentes posições obrigam; no fundo e aos poucos, assimilam mais informação, a qual está vedada noutros escalões mais baixos.
FPH: Como se faz a gestão de uma equipa jovem, com muitos atletas que ainda são sub18? Em termos logísticos, por exemplo, como tem conseguido superar esta situação?
LB: A gestão é simples, os atletas têm de estar sempre prontos a jogar, mesmo os mais novos. Foi a condição que o clube lhes colocou, dado que basta haver um atleta a faltar para que a equipa jogue em desvantagem. A idade dos atletas é a mais-valia da equipa sénior, a vontade que têm de jogar e de aprender é enorme, por isso, mesmo em desvantagem frente aos adversários a entrega da equipa é total. Admito que a equipa tem de ser muito bem gerida e contar sempre com todos, mesmo assim, há sempre um ou outro atleta que não pode ir a um determinado jogo, e nesses casos é preciso saber antecipadamente se temos pelo menos os 11 atletas de campo para podermos ajustar as suas posições, o que por vezes cria uma dificuldade acrescida. A ajuda dos atletas mais velhos, maiores de 18 anos, é fundamental, dado que são eles que seguram toda a logística dos mais novos, muitas vezes são os mais velhos que depois de um jogo transportam os mais novos, são eles que vão explicando e corrigindo os mais novos. Havendo boa vontade e alegria, tudo fica mais facilitado e nisso o CAMIR é campeão.
FPH: Qual é o plano de desenvolvimento previsto para esta equipa a longo prazo?
LB: Em primeiro lugar é levar esta jovem equipa a bom porto, não ficar por aqui, não desistir desta jovem equipa que, contra tantas advertências, continua em não deixar acabar o hóquei no Nordeste Transmontano, tantas vezes esquecido. A longo prazo, é colocar estes jovens a lutar pelos playoffs, dado que muitos deles tem qualidades técnicas/táticas, sendo necessário dar este passo para colmatar a falta de um campo e a falta de jogos dos escalões mais baixos, realizando este ano jogos todos os fim-de-semana. Dado que muitos dos atletas desta jovem equipa ainda tem pelo menos dois anos de sub18, existe um grande espaço de progressão, também estou ciente que ao acabarem o 12.º ano muitos destes atletas abandonarão a modalidade, ou para dar continuidade aos estudos ou porque vão enredar no mercado de trabalho, o que poderá colocar este projeto numa situação menos favorável. Certamente o CAMIR trabalhará as novas gerações de futuros hoquistas para que estes possam ocupar os lugares deixados pelos mais velhos. Mas nada é certo e não ter um local próprio para treinos dificulta ainda mais a vontade de querer evoluir. A compreensão de todos os envolvidos neste projeto, falo dos atletas, treinadores, dirigentes e direção do Clube, é de extrema importância, sem esta compreensão tudo seria em vão.